Sextorsão – como se proteger?

O termo sextorsão é a junção das palavras “sex” e “extorsão”, trata-se de um delito que cresce a cada dia, assim como tantos outros.

Modus Operandi

Como ocorre a sextorsão?

Há duas formas de se iniciar a sextorsão, porém, os passos são os mesmos.

A primeira forma é a partir de um perfil falso (1) , a outra é iniciar um relacionamento com conversas “picante” (2).

De qualquer forma, os passos são:

  • O cibercriminosos ganha confiança da vítima
  • Após algum tempo, para satisfazer sua lascívia, pede fotos intimas da vítima
  • Condiciona o envio das fotos a divulgação de outros conteúdos sexuais – reais ou não.
  • A vítima, com medo, envia o conteúdo até atingir a fase de digital slavery.

O que configura a sextorsão?

Elementos importantes da sextorsão

A doutrina 4 elementos, são eles

  1. Obtenção da vantagem sexual
  2. Situação de poder sobre a vítima
  3. Quid pro quo – isto por aquilo
  4. Coação psicológica

Dentre outras peculiaridades no presente crime o criminosos pretende

  • adquirir é sexual, e não patrimonial – ainda que existam casos de pedido de pagamento em bitcoin –
  • além disso, exerce um poder sobre a vítima, não hieraruico, mas com ameaças de divulgação do conteúdo – real ou não,
  • exigindo a participação da vítima de forma ativa – envio do conteúdo de cunho sexual.

A legislação brasileira

Sextorsão é crime no  Brasil?

Nossa legislação não possui um artigo especifico para esse tipo de crime, portanto, torna-se atípico.

Ademais, o crime em questão possui diversas peculiaridades e isso torna sua subsunção a outros crimes referentes a dignidade sexual – art.213 e seguintes do Código Penal.

Outro ponto levantado é a questão da participação da vítima, pois, a coação psicológica – vis compulsiva – não encontra lastro na legislação ou na jurisprudência, contribuindo assim para a inefetiva repressão ao presente crime.

Também há de se levar em conta o uso de deep fake, isto é, o criminoso utiliza-se de modos técnicos para criar uma montagem com a imagem da vítima com cunho sexual. Além disso, outro modo é a utilização da falsificação de mensagens – sexting – com cunho erótico.

Por fim, analisando  a situação pelo principio da taxatividade – não há crime sem lei anterior que o defina – a ausência de regulamentação adequada contribui para que este crime não seja reportado, entrando para a estatística das cifras negras do direito penal.

 

 

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